quinta-feira, 12 de março de 2009

a melhor do mês


Já se passaram alguns anos desde que Isadora Ribeiro perambulava de camisola por Copacabana. Dualid good times, né? Também já faz tempo que ela andou se apresentando em programas vespertinos cantando (gente, cadê isso no YouTube?).
Mas se você não gosta de viver só de lembranças, ela está de volta para a alegria de todos e a felicidade geral da nação. A musa deu uma entrevista para a revista Quem Acontece, vamos conferir?
Por Valmir Moratelli
É oferecendo um frasco de repelente que Isadora Ribeiro abre a porta de sua casa recém-comprada num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. “Aqui tem muito mosquito. Tem até abelhas-africanas”, avisa ela. Em seguida, já na ampla sala de sofás brancos e quadros com fotos das duas filhas, Maria Antonia, de 11 anos, e Valentine, de 2, ela pede para a empregada, Carmen, trazer suco de manga. “Mas tinha que servir o copo sobre um prato? Volta e procura uma bandeja”, diz, com um sorriso.
Vinte e um anos depois de ter estrelado uma famosa abertura do Fantástico, sob a batuta do então namorado, o designer Hans Donner, ela não desistiu da carreira. Está captando recursos para levar para São Paulo a peça Sonho de Uma Noite de Verão, de Shakespeare, onde vive Titânia, a rainha das fadas. Também começa, no próximo mês, a rodar o filme Wink, de Odorico Mendes, sobre um casal que resolve fazer suingue para apimentar a relação, e ainda prepara um livro sobre autores famosos do teatro. Mas sua ocupação atual é mesmo dar palestras motivacionais em empresas. Há dois anos e meio, Isadora apresenta-se para metalúrgicos, empresários, engenheiros e operários de fábricas. Em pouco mais de uma hora, ela canta, dança, conta piadas, apresenta slides do pôr do sol e dá dicas de alimentação. Ela garante que o público, em sua maioria absoluta formada por marmanjos, adora.

QUEM: Por que você resolveu dar palestras?
ISADORA RIBEIRO: Ser ator não é só glamour, tirar fotografias. O ator é aquele que usa sua arte para transformar a opinião e a vida dos outros. Ajudo as pessoas a buscar a felicidade. Você a encontra quando consegue equilibrar necessidades espirituais e materiais. Tanto que o primeiro slide da minha palestra é uma foto dos prédios de São Paulo com um sol ao fundo. Podia ter escolhido uma praia paradisíaca. Mas não adianta estar em Fernando de Noronha ou qualquer outro lugar bonito e não ser feliz.

QUEM: Qual é seu público-alvo?
IR: Dou muita palestra em metalúrgicas. Mas dou palestra para letradinhos também. Já expliquei muita coisa a engenheiros. A maioria das palestras é em metalúrgicas, é um público mais triste. Eles usam capacete, luva e macacão. Tem operário que fica numas máquinas que chegam a 100 graus, 12 horas por dia. Quando eles tiram o macacão, o suor é tanto que fica uma crosta de sal na pele. Gente, que doideira é aquela? Onde está a motivação deles?

QUEM: Você muda o discurso dependendo do público?
IR: Se for para operários é um estilo. Se for pros letradinhos é outro. Mas eu conto piadas, canto uma música ou outra, falo de curiosidades sobre a minha vida. Eles gostam de saber o que faço fora da TV. Em dezembro, estive numa empresa com 6.800 funcionários, divididos em quatro palestras ao longo de um dia. Era muita gente no auditório. Às vezes, canto “Pro dia nascer feliz”, do Cazuza. Levo sempre meu playback. E, quando vejo que estão animados, chamo alguém para cantar comigo.

QUEM: Quanto você ganha por apresentação?
IR: Não posso falar (risos). Depende da empresa e da quantidade de gente. E eu falo sobre tudo, de autoestima, saúde, comportamento, prosperidade, até a escolha de alimentos. Quando você vai no bufê da empresa, enche o prato com gordura, nem liga para detalhes como sua pressão. É preciso explicar como comer de forma saudável.

QUEM: Você fala sobre sexo?
IR: Falo sobre o comportamento deles com suas companheiras em casa. O que você precisa para ser feliz? Você não precisa ter dinheiro para ser feliz. Eu não viajo para a Europa há sete anos e sou feliz. Se você melhorar 1% ao dia, no final de um ano terá melhorado 365%.

QUEM: Hoje, você é uma pessoa 365% melhor do que há um ano?
IR: Ainda não melhorei 365%, estou em processo. Sou ‘zen’ paciência (risos). Mas só convivo com pessoas com as quais simpatizo. Minha empregada come com meus talheres de prata, bebe no meu copo. Eu preciso gostar dela, não dá para não ser assim.

QUEM: Como é sua preparação para dar palestras? Fez algum curso?
IR: Pesquiso na internet, busco referências em livros, autores que têm algo para dizer. Posso dar vários nomes que já li, vários, vários.

QUEM: Quais?
IR: Não me vem nenhum à cabeça agora. Tem um que esqueci... É o principal, escreveu um livro de filosofia... Tem o Roberto Schwarz... Não gosto do Paulo Coelho. Busco textos sobre melhoria contínua, estilo de vida para as pessoas melhorarem.

QUEM: Você já passou necessidade na vida?
IR: Nunca. Mas, depois que parei de fazer Globo, tive que cortar meus gastos e quase os meus pulsos (risos). Foi até bom, parei de usar blazer Armani e Versace. Você vê que consegue viver sem ter que ir para a Europa a cada seis meses. Eu sou um sucesso, mesmo não fazendo novela das 8. Mas é claro que eu quero continuar feliz e estar na novela das 8.

QUEM: É verdade que você saiu da Globo porque brigou com Wolf Maya?
IR: Nunca briguei com o Wolf, que doideira! Liga para ele e pergunta. Meus últimos trabalhos na Globo nem foram com ele. Não tenho nada contra ele. Meu contrato com a Globo era longo, aí, venceu e não foi renovado. Deve ser porque na época eu não estava fazendo novela.

QUEM: Pensa em voltar às novelas?
IR: A Record me chamou para fazer Chamas da Vida, mas eu não podia gravar porque já tinha oito palestras agendadas.

QUEM: Já lhe fizeram alguma proposta indecente?
IR: Te juro que não. Fiz comerciais até nos Estados Unidos, trabalhava numa agência séria, com fotógrafos renomados. Não tinha ali ninguém querendo brincar, colocar seu nome em risco por causa de modeletes.

QUEM: E teste do sofá?
IR: Não existe teste do sofá, isso é uma lenda. Não tem essa coisa de diretor cantar as mulheres. Paulo Ubiratan (diretor da TV Globo, que morreu em 1998) sempre me deu muita força. Depois que ele faleceu, o Maurício Sherman também me ajudou. Tudo com profissionalismo.

QUEM: Seu primeiro trabalho na Globo só aconteceu porque você era casada com o Hans Donner, não?
IR: Eu era de uma agência de modelos em São Paulo. Carolina Ferraz também fez teste para a abertura do Fantástico, mas eu já trabalhava no Viva o Gordo quando fui selecionada. Nem cheguei a morar com o Hans, só namoramos. As pessoas diziam que eu entrei pela porta dos fundos, ouvia isso direto. Mas nunca me importei.

QUEM: Você ficou viúva em agosto do marchand Marcus Aurelius. Já superou esse baque?
IR: Não. A gente estava junto havia quatro anos, entre idas e vindas, meio brigados. Até hoje, a Valentine pede para dormir com o relógio do pai, ou para ficar cheirando a camisa dele. Eu sonhava muito com ele, às vezes bate a saudade. Ele não me deixou numa boa situação financeira, não tinha imóveis, nada.

QUEM: Sente falta de sexo?
IR: Eu agora estou casta, não vou casar nunca mais (risos). Estou direcionando minha vida para a educação das minhas filhas. Não sinto falta de sexo. Nunca fui maníaca por sexo. A necessidade sexual está sublimada. As outras necessidades são supridas pelas minhas filhas.

Um comentário:

alessandro disse...

Adoro qdo ela esquece o nome dos autores dos livros!!!

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