Não deixe-se enganar pelo single chatinho de estreia (Run The World (Girls) do novo disco da Beyoncé, pobremente entitulado de 4. A escolha se deveu basicamente para formar um elo com o álbum anterior, cuja música mais famosa foi a viral Single Ladies. Neste novo trabalho, Beyoncé diminui o passo e se concentra mais em músicas lentas, quase todas fortemente com sabor retrô. Parece até que o disco não é de 2011, e sim do início da década passada, quando todo mundo resolveu se jogar no passado. Lembra do This is Me... Then, da Jennifer Lopez? Lembra de Alicia Keys com You Don't Know My Name? Ou Janet Jackson com I Want You?
Fiquei sem entender se Beyoncé chegou bastante atrasada para a tendência ou se é tão vanguarda que resolveu se antecipar e fazer um revival daquele revival.
O que importa é que as músicas são gostosas de se ouvir, todas com um toque bem familiar. Tipo a rádio Antena 1. Babyface, o rei do R&B dos anos 90, aparece com Best Thing I Never Had. Outras parecem que foram produzidas por Jimmy Jam & Terry Lewis, que fizeram a fama e fortuna de Janet Jackson naquela mesma década. Também há referências a Earth, Wind & Fire: Rather Die Young se parece muito com After The Love Is Gone. A melhor faixa de todas é Love On Top, de levada midtempo, em que a diva sobe de tom cinco vezes a níveis estratosféricos. Não tem como não colocar um sorriso no rosto.
O que mais me agrada em 4 é exatamente o que as pessoas em geral estão criticando mais: Beyoncé fez um disco diferente do que se esperava, o que faz dela uma artista verdadeira que procura sempre expandir horizontes e trilhar novos caminhos. Se vai tocar no rádio eu não sei, mas quem escuta rádio hoje em dia?