quarta-feira, 18 de maio de 2011

vício do ano: ela nasceu assim


A estratégia de marketing do lançamento do álbum Born This Way, com uma faixa revelada a cada semana, quebrou muito do conceito do disco. Separadas, fora de contexto, passavam a impressão de que Gaga talvez estivesse perdendo o toque de Midas que a catapultou ao estrelato instantâneo. O disco parecia que iria estrear fadado ao fracasso.
Mas Lady Gaga, como escreveu em sua primeira coluna na revista W, é a rainha das referências, sabe dizer de onde veio, quem criou, quem adaptou todas as tendências de moda à cultura pop. É uma estudiosa dedicada e, como tal, não poderia decepcionar quem já passou a sempre esperar dela um produto fundamentado, além de divertido.
E é só quando ouvimos Born This Way na íntegra que entendemos as mensagens, as referências e as músicas. Gaga mergulhou de cabeça no seu próprio passado para mostrar como ela (a artista) nasceu e foi criada. Tudo que ela ouviu, curtiu e absorveu do fim dos anos 80 até meados dos 90 está lá, em cada música. Agora dá pra perceber porque ela pegou, SIM, Express Yourself e misturou com TLC. Ela usa o eurodance dos 90s (2 Unlimited, Plaza) e mescla com Van Halen. Toda a identidade dela transparece nessa nova sonoridade, que é bem diferente das batidas do disco anterior, mas é um disco no mínimo bastante corajoso pra quem é, hoje, a pessoa mais influente do pop mundial. Não há nada que toque no rádio parecido com as faixas de Born This Way. Ainda. Daqui a uns 6 meses, provavelmente, é só o que a gente vai ouvir. E vivam os anos 90.

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