Ok. Então ontem todo mundo conheceu Girl Gone Wild, segunda faixa do novo trabalho da Madonna. Ou seria MDNA? Talvez a chave para entender seu 12º álbum de estúdio seja mesmo a sigla que cunhou para entitulá-lo: uma redução dela mesma para os não-iniciados, para a juventude que não a acompanha há 30 anos e que agora tem em Lady Gaga sua musa-mor (musa esta cuja comparação com a Rainha foi chamada de "redutora" por ela).Entenderam o conceito? Madonna brinca com o que está rolando agora nas paradas de sucesso e debocha disso, assim como também tentou fazer com Give Me All Your Luvin' ao cantar que todas as músicas de agora se parecem. Em Girl Gone Wild, Madonna pega trechos de sua própria obra e as requenta em versão feita-para-as-rádios. Estão lá referências a Get Together e Celebration (nos synths), Sorry (quando sussura "forgive me"), e até a Erotica. A letra surrupia qualquer um dos sucessos do momento cantados por Rihanna, Britney Spears ou Ke$ha. Alguns dirão que tem a ex-rival Cyndi Lauper na temática também.
Tudo isso, em tese, não seria ruim. Madonna sempre se auto-referenciou o tempo todo, com resultados muitas vezes geniais. Lembram da citação de Vogue no fim de Deeper And Deeper? Mas agora, ao tentar a todo custo voltar pras rádios americanas, ela perde sua essência principal, que sempre foi surpreender.
Madonna não surpreende com Girl Gone Wild. Pelo menos não aos fãs mais ardorosos, categoria na qual me incluo. Mas com certeza irá angariar pencas de novos seguidores recém-saídos da puberdade que querem apenas dançar o Top 40 em suas festinhas pop.