sexta-feira, 30 de novembro de 2012

happy birthday, darling

Há 30 anos era lançado o maior disco de todos os tempos, Thriller. Claro que, a essa altura, vocês já sabem o que isso representou. Centenas de milhões de cópias vendidas em todo o mundo, vídeos icônicos que todo mundo já assistiu e sabe de cor, e seu criador, Michael Jackson, catapultado à condição de maior astro pop mundial.
Mas as coisas não foram assim tão fáceis quanto possam parecer. Em 1982 havia um enorme apartheid entre "música branca" e "música negra". Quem ouvia uma, não ouvia a outra e ninguém sabia dos sucessos do outro grupo nem mesmo quem eram seus artistas. Isso aconteceu principalmente por dois fatores: O primeiro foi a transição das rádios AM para FM nos Estados Unidos, no fim dos anos 70. Nas emissoras AM, a maioria tocava o que rolava nas paradas de sucesso de qualquer gênero. Tocava um sucesso disco, depois um do rock, outro country, e por aí vai. Agradava a todo mundo sem agradar a um público específico. Quando houve a migração para estações FM, decidiu-se que era melhor segmentar. Assim, quem gostava de rock tinha sua rádio só de rock, sem ter que ouvir Donna Summer. Quem gostava de Donna Summer tinha sua rádio black e não precisava aguentar AC/DC até surgir a outra música. O segundo fator é que pesando nesse apartheid tinha o movimento Disco Sucks. Os EUA viviam um momento de ódio à disco desde o fim de 79, então tudo que era black era associado a discoteca e, portanto, isolado em canais específicos.
A situação era tão crítica que a participação de artistas negros nas paradas americanas de 1980 a 1982 havia caído 80%. No fim dos anos 70 o índice de música black nas paradas era de 50%. Em 1982, as únicas músicas "negras" que haviam feito sucesso de verdade eram Truly, do Lionel Richie e Ebony And Ivory, do Stevie Wonder (mas com a ajuda "branca" de Paul McCartney). E na verdade, nem eram nada negras em sua sonoridade. E uma música branca fez sucesso nas paradas negras. Era I Can't Go For That, do Hall & Oates. Estão percebendo o que vem por aí?
A CBS, gravadora de Michael, estava quase falindo e apostou tudo no lançamento do disco. Não à toa, escolheram como single de lançamento The Girl Is Mine, dueto com quem? Isso mesmo, Paul McCartney. A presença de Paul garantiria que a música conseguisse ser tocada em rádios "brancas". Resolveram nem fazer clipe para a faixa, já que a MTV, que acabava de debutar, seguia o esquema das rádios e não tocava artistas negros.
The Girl Is Mine até teve um certo sucesso, nada tão estrondoso, mas atingiu seu objetivo: furar o bloqueio e preparar o terreno para o que estava por vir. Em janeiro de 1983, foi lançado o segundo single de Michael, Billie Jean, com uma batida e linha de baixo semelhantes àquelas do sucesso de Hall & Oates. Coincidência?
Billie Jean conseguiu o que todos queriam: que uma música negra de verdade voltasse às rádios pop e às paradas de sucesso. Apostando todas as suas fichas, a CBS mandou produzir vídeos para a faixa e também para o próximo single, Beat It. Lembrem que, excetuando-se raríssimos exemplos, quase não se dançava em videos naquela época. Quando a MTV viu que o clipe de Billie Jean era bom, mas tão bom, decidiu abaixar um pouco a guarda e experimentar exibi-lo. Pronto, acendeu-se a fagulha do megasucesso, tanto para Michael, quando para a MTV. Era um casal perfeito. Quando Beat It foi lançada, outra vez trazia o crossover black/white, com as guitarras rock de Eddie Van Halen. É importante dizer que foi em Thriller que até a imagem de Michael Jackson começou a embranquecer. O nariz vinha mais fino, o cabelo menos crespo.
A missão de Michael em Thriller era ao mesmo tempo salvar sua gravadora, impulsionar sua carreira, movimentar a indústria de discos e clipes e restabelecer a paz mundial no mundo segmentado da música do início dos anos 80. Ele conseguiu, mas nunca mais foi o mesmo. E por causa dele, nada será como antes.
Happy anniversary, darling.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

vício da semana

Isso é que dá a gente mandar as coisas pro favoritos e demorar dois meses pra ir conferir. Podia ter descoberto esse clipe da A*M*E muito antes. Estou obcecado, chocado, hipnotizado. Não dá pra tirar os olhos dela. Como uma espécie de Emília, ela é uma boneca que ganha vida no video de Play The Game Boy, mas como estamos em 2012, em vez de virar uma boneca de pano, ela vira uma espécie de Bratz, Monster High ou coisas do gênero. Mais um daqueles que dá vontade de morar dentro. Não siga o meu exemplo e dá o play AGORA!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

happy birthday, darling

Hoje o álbum Dangerous do Michael Jackson atingiu a maioridade. Para muita gente, foi o disco mais marcante dele, já que eram muito novos para terem presenciado o furor de Thriller ou de Bad. E o disco foi mesmo um evento. Todo mundo se lembra de quando o Fantástico exibiu o clipe de Black Or White, logo no início do programa. Tudo era incrível: das danças étnicas aos cenários que iam mudando sem que se percebesse, os vasos que viravam dançarinas, a participação do Macaulay Culkin, muitos detalhes que a gente só viu depois quando gravou numa fita VHS. E, claro, todo mundo p-i-r-o-u quando apareciam aqueles efeitos de morphing no fim da música. E tinha a parte "polêmica" da pantera, que a mim nem chocou tanto. A comoção foi tanta que o Fantástico reprisou o clipe no encerramento, coisa que nunca havia existido e nunca mais se repetiu.
Depois veio o clipe de Remember The Time, que também foi um assombro de bom. Michael estava em sua melhor forma videoclíptica, embora o assunto mesmo nas rodas era sua transformação física cada vez mais evidente.
Musicalmente, Dangerous foi uma mudança no som de Michael, muito provavelmente por seu seu primeiro disco solo sem a produção de Quincy Jones, com quem havia feito Off The Wall, Thriller e Bad. As músicas tinham uma pegada mais urbana, mais R&B e até hip-hop (como em Jam). Claro, o pop também estava lá, como nas faixas dos clipes exibidos por aqui, e também aquelas músicas tipo hino que só o Michael conseguia emplacar, como Heal The World e Will You Be There. Tinha até um mistério no disco: seria a voz feminina de In The Closet mesmo da Madonna? Sabia-se que os dois, no auge de suas carreiras, queriam gravar alguma coisa juntos e tinham se encontrado na cerimônia do Oscar daquele ano para se conhecerem melhor e, quem sabe, surgir uma parceria. Não deu certo. Daí Michael, que não era bobo nem nada, contratou uma moça para fingir ser a Madonna e creditou-a na faixa apenas como "mystery girl". Depois Naomi Campbell (que na época queria ser cantora) regravou os vocais para a versão do clipe belíssimo dirigido por Herb Ritts.
Eu só sei que eu corri pra comprar o CD assim que chegou por aqui e ele não parou de tocar por vários meses. Lembra de quando a gente ouvia um mesmo disco por meses a fio? Então, com Dangerous foi assim e ele alegrou meu dezembro de 1991 todo, só tocou ele nas festas de fim de ano. Ok, às vezes intercalava com o Immaculate Collection pra não cansar tanto as pessoas.
E é uma pena saber hoje que a era Dangerous foi a última que vivemos com Michael em plena forma. Seus próximos (poucos) trabalhos foram marcados por escândalos sexuais e acabaram ficando em segundo plano. Mas que bom ter podido assistir à Dangerous Tour ao vivo no Morumbi 2 anos depois do lançamento do álbum. Foi a única vez que vi Michael Jackson e a última que o Brasil o viu.
Que bom que a obra sempre permanece. Happy anniversary, darling.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

vício da semana

Bom, aqui na redação já estamos cantando a pedra da volta da 90s house há anos, né? E foi matemático, aí está ela de novo. Estamos vivendo pra essa música do Tensnake nesse momento. Tenho pra mim que ano que vem vai ser o ano que vai virar mainstream de novo, anota aí. Vocês sabem que eu não erro, né? Aumenta o som, põe aquela sua calça prateada e vem com a gente que tá bom.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

listas! pra animar o feriadão

Ok, ok, Anna Stasia (vocês já devem saber) não tem feriadão coisíssima nenhuma, já que leva chibatadas todos os dias. Mas ainda assim ela é tão desprovida de egoísmo que montou uma listinha pra vocês que estão com a vida ganha curtirem no feriadão de quase uma semana. Dá pra correr e ouvir tudo que está rolando aqui na redação luxuosa de No Caso.

El Perro del Mar - Pale Fire
Essa banda sueca na verdade só tem uma integrante, Sarah Assbring (risos), mas é uma delícia sensual e cremosa, às vezes lembra Sade, tipo na faixa Walk On By.

School Of Seven Bells - Put Your Sad Down
Imagina que a Robyn teve um filho com o Giorgio Moroder. Então, é o School Of Seven Bells. Esse EP do pessoal de Nova Iorque vai fazer exatamente o que o título promete. Então arrasta a mesinha de centro e improvisa uma pistinha na sala, que é pra dançar, pra cantar e pra curtir junto. Nada de tristeza por aqui.

Diamond Rings - Free Dimensional
Essa é outra "banda" de uma pessoa só. John O'Regan vem de Toronto e também faz uma música animada e a crítica tem adorado e eu também. As palavras descrevem sempre o som como Glam, Posh e outras que por si só já valem explorar o disco do rapaz.

Esthero - Everything Is Expensive
A Esthero também saiu do Canadá para o mundo. Seu disco meio que atira para todos os lados em termos de gênero, mas ela acerta na maioria das vezes. Um pop que podia tocar no rádio, mas não toca, sabe como? Daí continua sendo cool. A faixa-título, apesar de não se referir ao custo de vida em São Paulo, é uma das que eu mais tenho ouvido recentemente.

Aeroplane - In Her Eyes
Basta o Aeroplane lançar qualquer coisa, só um singlezinho, pra já entrar em alta rotação aqui. Amo demais.

Icona Pop - Iconic
Elas vêm da Suécia e são 9nhas e malcriadas e fazem um pop bem nervoso. E é ótimo pra suar litros na academia.

Solange - Losing You/Sleeping In the Park
Sempre ofuscada pelo sucesso da irmã que é ninguém menos que Beyoncé, Solange Knowles vira e mexe aparece com um pop-delícia. Esse single duplo parece inspirado na Janet Jackson dos 80s, aquela fase de ouro do Jimmy Jam & Terry Lewis.

Dylan Mondegreen - Dylan Mondegreen
O disco dele de 2004 While I Walk You Home eu ouvi muito. Esse novo vem na mesma linha, um pop acústico, quase folk mas sem ser modorrento, cheio de cordas, pianos e flautas-fofura.

Giorgio Moroder vs. MB Disco - From Here To Eternity
Giorgio está de volta e caiu nas graças dos fashionistas, vê se pode? Teve matéria de DEZ páginas na Fantastic Man, tocou no desfile da Louis Vuitton e agora tem uma de suas faixas icônicas remixada por um monte de gente bacana, inclusive o Aeroplane. Então corre-corre pra pegar o seu.

Breakbot - By Your Side
Eu, que sempre amei o Breakbot, achei que demorou tanto pra eles lançarem seu primeiro LP que tinham perdido o momento, sabe? Baby I'm Yours já tinha enjoado depois que foi trilha de comercial de refrigerante. Mas não é verdade. Toda vez que entra uma música deste álbum no shuffle eu piro. Eles são perfeitos e, junto com Aeroplane e Chromeo, fazem o som que eu mais curto no mundo.

Ivete Sangalo - Real Fantasia
O QUÊ???? Sim, é isso mesmo. Não dá pra ser feriado de quase verão sem ter uma Ivetinha pra tocar na praia. Relaxem e aproveitem os arranjos sofisticados do sétimo álbum de estúdio da cantora. Guitarras apimentadas, metais (de verdade) em brasa, percussão afiadíssima e muito bom gosto em tudo.

Pronto, agora vão lá curtir que eu vou trabalhar. Fuén.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

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